Vesting para Desenvolvedoras de Jogos: engaje HOJE seus colaboradores-chave
Publicado em 05.04.2023
Já pensou em gamificar a jornada dos seus colaboradores na empresa? Imagine que o jogo começa no nível 1… e que, a cada meta atingida, eles podem ganhar bônus, acumular XP e, gradualmente, aumentar de nível.
O mercado de games já nos provou que as experiências imersivas e lúdicas chamam e prendem nossa atenção, além de conseguirem nos motivar e engajar a cumprir os objetivos dos jogos.
Então, por que não trazer isso para a vida real?
Neste artigo, vamos explicar uma das ferramentas para você utilizar na sua empresa como mecanismos de retenção e reconhecimento de colaboradores-chave: o Contrato de Vesting.
O que é Vesting e para que serve?
Vesting significa “vestir”. Simbolicamente, é isso que o Vester faz ao assinar esse contrato: vai “vestindo” determinados direitos.
O Contrato de Vesting é um documento assinado entre a empresa e o Vester (um colaborador, prestador de serviços ou terceiro qualquer). Esse contrato prevê ao Vester o direito de adquirir quotas da sociedade conforme o atingimento de determinadas metas em um período de tempo pré-determinado.
Sabemos que desenvolvedoras de jogos, por exemplo, estão inseridas dentro de um mercado extremamente competitivo. Nele, principalmente para startups early stage, é difícil disputar com as remunerações ofertadas por empresas mais consolidadas.
Em razão disso, uma boa alternativa para manter pessoas-chave na sua empresa, é mostrar que ela tem perspectiva de crescimento e reconhecimento financeiro a médio e longo prazo.
Nesse cenário, ofertar a essas pessoas-chave o Contrato de Vesting, alinhando metas de tempo e de entrega, pode ser uma boa estratégia para mantê-las por mais tempo engajadas e motivadas.
Com essa mesma proposta, há outra estratégia “parecida”, então veremos a diferença entre elas a seguir.
Qual a diferença entre Vesting e Stock Option?
Conforme comentado anteriormente, o Contrato de Vesting é um dos mecanismos de retenção e reconhecimento de colaboradores-chave.
Em um dos nossos artigos, tratamos de outras ferramentas chamadas PartnerShips que podem fazer sentido para o momento da sua startup, entre elas o Stock Option.
Tanto o Contrato de Vesting quanto o programa de Stock Option permitem a aquisição de quotas ou ações da empresa pelo Vester.
A diferença entre ambos está na complexidade e abrangência desses mecanismos.
É preciso analisar quanto do cap table está disponível para entrada de terceiros, assim como o objetivo da entrada no quadro societário e para quantas pessoas serão ofertadas – dentre outras situações que resultam na escolha de um em detrimento de outro mecanismo.
Simplificando ao máximo, podemos dizer que o Contrato de Vesting pode ser aplicado a um ou outro colaborador específico… enquanto um Plano de Stock Options é mais “padronizado”, com regras aplicáveis a um grupo de colaboradores, evitando precisar de vários Contratos de Vesting específicos para cada um deles.
Vesting para desenvolvedoras de jogos: como funciona e como aplicar
Entendido que o Contrato de Vesting é a ferramenta que faz sentido para você, vamos às regras do jogo!
Atenção ao Equity
Esse é o ponto de partida. Você precisa entender se o seu capital social já está comprometido antes de sair por aí oferecendo para alguém, concorda?
Se você não sabe como analisar esse ponto, sugerimos que leia este artigo, no qual te ensinamos a cuidar do seu cap table. Vale a pena a aprendizagem!
Outro ponto importante sobre o equity, é delimitar o máximo de quotas que o Vester poderá adquirir e quanto ele pode ganhar em relação a cada meta atingida.
Não existe limite de quotas para serem ofertadas, mas o mercado de startups costuma trabalhar com contratos de 0,5% a 5% do capital social.
Agora que analisou se seu capital é viável para isso, está na hora de escolher os funcionários.
Quais funcionários escolher?
Eis a pergunta que todo CEO quer saber responder o mais rápido possível, mas a resposta é sempre subjetiva e passível de erro.
Alguns pontos que devem ser considerados são:
- as perspectivas do colaborador a médio e longo prazo;
- as entregas desse colaborador;
- e a importância dele para o constante sucesso da sociedade.
Outra forma de avaliar as escolhas é ser por meio dos jobs de cada colaborador.
Por exemplo, se a área que mais tem rotatividade é a de design de games, você pode filtrar e ofertar o Vesting especificamente para designers de games.
Cliff e Vesting Schedule
Como essa escolha não é fácil, existem alguns mecanismos que “seguram” ou barram a entrada do Vester na sociedade.
O mais famoso deles é o cliff, que é comumente chamado de “período de namoro”. Ele corresponde ao tempo em que o Vester não terá direito a adquirir nenhuma participação, mas já estará sob avaliação da sociedade.
Após vencido o período de cliff, o Vester inicia o “Vesting Schedule”, ou seja, inicia o cronograma de metas a serem cumpridas para, daí sim, ter o direito de adquirir quotas da empresa.
Vesting: vantagens x desvantagens
As vantagens do vesting podem ser percebidas no engajamento do colaborador para contribuir para o sucesso da empresa.
Isso porque não será apenas o “sentimento” de dono que será despertado. Ao poder se tornar sócio, ele vira dono de fato.
Além disso, quando o Vester passar a fazer parte do capital social da empresa, ele terá direito a receber divisão de lucros, que é um dos principais fatores para atrair e reter talentos.
Contudo, aplicar um Vesting mal planejado ou no momento errado do seu negócio pode não trazer esses resultados e até prejudicar a empresa.
Além disso, o Vesting é uma opção de compra de quotas, ou seja, o Vester pode não querer comprar. Nesse sentido, caso o Vester não queira ser sócio ou não acredite na empresa, por exemplo, esse plano não sairá conforme o esperado.
E lembre-se: sociedade é quase um casamento, então não deixe de fazer um bom Acordo de Sócios e preparar a casa antes de qualquer mudança!
Vesting é a melhor opção?
Entender o momento da empresa e se há possibilidade de abrir a sociedade são os primeiros passos para identificar se o Contrato de Vesting é a melhor opção.
Vencidos esses pontos, é de suma importância o alinhamento com o colaborador. Afinal, além de fazer sentido para a empresa, a proposta precisa fazer sentido para ele.
Caso queira entender esse tema de uma forma mais detalhada e saber como aplicá-lo, temos um artigo completo sobre ele: Tudo que você precisa saber sobre Vesting.
Conclusão
Agora que você sabe o que é Contrato de Vesting e que é possível utilizar essa ferramenta na sua empresa para engajar o time e reter talentos-chave.
Existema estratégias para ajudar na escolha desses talentos e formas de proteger sua sociedade no processo.
Então, deixamos o desafio para você, desenvolvedora de games: que tal gamificar a jornada do seu colaborador?
Caso precise de ajuda para desenvolver esse Map Hack, nosso time de especialistas da C2R Advocacia tem experiência em Direito Societário e na Indústria de Games. Ou seja, se quiser um Full Suport nessa tarefa, mande sua dúvida por e-mail ou WhatsApp e conte com a gente!